*********************************************************************************************************************************************************************

Espaço de comunicação que se espera interactivo, este é um instrumento que permite estar próximo de amigos,presentes e futuros, cujas contingências da vida tornam distantes mas nem por isso menos merecedores de estimas e afectos.


**********************************************************************************************************************************************************************


terça-feira, 12 de abril de 2011

Um passo em frente

E aí estamos nós no abismo! Estando tão próximos, a nossa habitual atracção pelo mesmo, lá nos fez dar mais um passo em frente! Sócrates lançou o barro à parede, indiferente à situação deplorável do país, e a ambição de poder do PSD fez o resto! Mal por mal, terá pensado o "engenhero" (uma mistura peculiar do “desenrasca” português com o “sempre em pé” da eslava matrioska), antes que me queime completamente pela tripla acção chamejante de uma maioria insuficiente, um presidente hostil e recém-legitimado e uma situação económica que só pode piorar ainda mais a minha imagem, vamos lá forçar eleições. Isso é claro, se o PSD e a restante oposição não quiserem continuar a ser tratados como atrasados mentais. Portanto, decidiu, vamos à luta! Luta eleitoral que começou logo, aliás, antes até de proferida a decisão parlamentar que levou à demissão. Se ganhar com maioria absoluta (o que é muito pouco provável), fica com as mãos livres a partir daí! Se ganhar com maioria relativa, obtém, pelo menos, uma legitimidade reforçada. Se não ganhar, pode sempre retirar-se, assistir de poltrona à falência que ajudou a criar e esperar por dias melhores, lançando ao mesmo tempo as farpas (em que é especialista) a um PSD que, pelos vistos, não sabe ainda onde se meteu! Deste modo, dificilmente o mesmo pode sair destas eleições em situação pior do que estava! Mas, o país pode! E muito! Na verdade, enquanto isto, o país afunda-se cada vez mais: destituído de liderança activa e operacional, durante, pelo menos, quatro a cinco meses. E Cavaco, na postura zombie que o caracteriza, pela primeira vez em que teve que gerir uma crise, arrastou incompreensivelmente uma decisão que devia ter sido célere! Também ele, infelizmente, não está à altura das responsabilidades! Aliás, o sentimento que se tem quando se olha para todo este imbróglio e se observa a repetição de acções e discursos que levaram ao miserável estado de coisas em que estamos mergulhados, percebe-se, com tristeza, que nem mesmo nesta altura, a partidarização (e, pessoalização) de interesses deixa de dominar, quase em absoluto, comportamentos e vontades! Moribundo o país, preparam-se irresponsavelmente para o enterrar e acusarem-se, mutuamente, de homicídio! Ditosa pátria que tais filhos tem!

Parecem bandos...


Quais grupos palmípedes das Falkland, bamboleando-se solenemente nas suas vestes regionais, está cada vez mais artística a participação do executivo escalabitano nas tradicionais Festas da Cidade; que aqui para nós (que ninguém nos ouve), se deviam chamar “Festas do Concelho”!

Presidente e vereadores, adjuntos e secretários, chefes de gabinete e assessores, ao ritmo (já se vê), das sinergias presidenciais! Enfim, em época de vacas magras, quando já nem os grupos de folclore, fartos de dar e não receber, se dispõem maioritariamente a participar, a animação de ruas, pelos vistos, fica cada vez mais por conta do Executivo!

Isto é que é usar a prata da casa! Ou, para utilizar uma expressão taurina (tão ao gosto dos nossos autarcas), isto é que é pegar os touros pelos cornos!

Tal acontecimento marca assim todo um mandato. De tal maneira, que me permitiu auto-catalisar reconhecidos, mas adormecidos, méritos poéticos. E agraciar (ou não estivéssemos em tempos de agraciações) o referido Executivo, com um poema (passe a imodéstia) ao nível das suas sublimes prestações.

Um poema musicado com a melodia da conhecida canção, “Os Putos*!” Afinal, uma ocasião especial, é uma ocasião especial:


Numa alegre arruada, os edis!

De jaqueta apertada, os edis!

Camisinha bordada, os edis!

De botinha calçada os edis!


Parecem bandos de pinguins… à solta

Os edis, os edis!

São como ínvios, capitães da malta

Os edis, os edis!


E quando a noite cai, não se revoltam

Sentam-se à mesa do chefe

É a adoração que volta

E ouvem-no a falar da liberdade

São os edis deste povo

Demonstrando lealdade!


E, esta, hem?! Tanto talento mal aproveitado!

Só não se percebe bem porque continuam as hermanias: leia-se, as manias dos hermans, Josés ou não. Afinal (como se prova) o que não falta em Santarém são artistas! E, por muito mal que cantem, dificilmente conseguiriam fazer pior!

Não se compreende aliás (a não ser por uma qualquer ignota e masoquista razão) que o executivo se sacrifique a desfilar, sujeito a intempéries de toda a natureza (tudo para poupar na contratação de uma troupe de animação profissional) e depois se gaste tanto dinheiro num artista da Rádio, TV, Disco e da Cassete Pirata, quase fora, já, do prazo de validade.

Hum! Há aqui qualquer coisa que não bate certo!


* Convêm trautear, o mesmo, assumindo um ar castiço (cabeça levantada, polegar esquerdo apoiado nos bolsos das calças), enquanto com a mão direita se tamborila (não tem a ver com tamboril, assinale-se) numa mesa, para marcar o respectivo compasso!