No próximo dia 22 de Março, irei estar presente no CCRS (Forum Mário Viegas) para uma conversa/palestra/conferência subordinada a um tema algo incomum; uma análise comparada dos mitos da criação do mundo nas diversas culturas humanas, ontem e hoje.
Os princípios e fins dos mundos e seus concomitantes desígnios existenciais irão ser objecto de hermenêutica imterpretação.
As concepções entrópicas e a moralização da decadência, tornada pecaminosa. As configurações míticas e os tempos cíclicos e históricos.
Solstícios e calendas.
O tempo entre os tempos; domínio do caos e da desordem.
Os herois solares; criadores do mundo e matadores de dragões!
Os deuses redentores e sacrificiais e os modelos de salvação.
Tudo isto, e problemáticas relacionadas, irão estar em análise e discussão.
Oportunidade soberana, como se vê, para dialogarmos.
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Espaço de comunicação que se espera interactivo, este é um instrumento que permite estar próximo de amigos,presentes e futuros, cujas contingências da vida tornam distantes mas nem por isso menos merecedores de estimas e afectos.
Espaço de comunicação que se espera interactivo, este é um instrumento que permite estar próximo de amigos,presentes e futuros, cujas contingências da vida tornam distantes mas nem por isso menos merecedores de estimas e afectos.
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segunda-feira, 11 de março de 2013
sexta-feira, 1 de março de 2013
Bandarilhas de Ouro de 2012
Diz o povo, na sua secular sabedoria que a experiência suporta, que “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”!
Que somos casa em que não há pão, é cada vez mais evidente. Que todos ralham, perfeitamente claro. Que a razão deambula, muitas vezes, por lugares que a razão desconhece, salta cada vez mais à vista!
Afinal, o perverso processo de aniquilação do Ribatejo, que, podemos agradecer aos Jorges “Judas” Lacões e aos Miguéis “Vasconcelos” Relvas, assiste agora ao corolário final (há muito anunciado), enquanto a tanga financeira que nos vão impondo, se confunde, cada vez mais, com um elegante fio dental!
Exige-se assim o regresso dos acintosos prémios regionais que, um fim de ciclo, fez interromper.
Denominados, agora, “bandarilhas de ouro”; ou não seja esta arte (dita “brava” e festiva) de agarrar touros de frente, de lado, de trás (e, suponho, também de outros ângulos menos referenciáveis) um autêntico tesouro regional!
1 - Prémio “Cadé ela?”
Para Miguel
Relvas (que após ter ganho de presente uma licenciatura) rejeitará em absoluto
ter tido qualquer comportamento ilícito na gestão do dossier das privatizações
da REN e da EDP e acusará (com ar devidamente indignado) o Jornal Público, de “denegrir
a sua imagem e promover uma campanha contra a sua honra”!
E como não podia deixar de ser, para a “Licenciatura
Farinha Amparo”, do dito cujo. Exemplo paradigmático do estado, a que o estado
do Estado chegou! Em que à impunidade se junta a desvergonha da ilegitimidade e
a descarada solidariedade institucional.
Para António Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal
de Torres Novas, que admite encerrar a Câmara, às sextas-feiras, para reduzir
custos!
Eis, assim, com a simplicidade das coisas geniais,
resolvidos de uma penada os problemas financeiros das autarquias. Basta
encerrá-las!Ou será (como diz um amigo torrejano) que estes “custos” são outros. Por exemplo, o custo de ter de trabalhar cinco dias por semana?!
4 - Prémio “Fia-te na Virgem…”
Para Luís Loureiro, treinador do Fátima, garantindo
que “ainda não pediu nada a Nossa Senhora, mas espera, no final de época, vir
agradecer a vitória no campeonato.
Tenha lá paciência amigo Loureiro, mas isso é,
como usa dizer-se, uma intolerável tentativa de ganhar na secretaria.Lesiva da verdade desportiva (já que os outros clubes não possuem uma divindade residente) e afetando, inclusive, a propalada universalidade de Maria.
5 - Prémio “Quem sabe, sabe!”
Para Paulo Caldas proferindo uma conferência (em
Santarém) sobre gestão autárquica e os quadros comunitários de apoio, enquanto,
nesse âmbito, é acusado judicialmente de “denegação da justiça”, peculato e diversos
pagamentos indevidos.
6 - Prémio “Os carneiros são nossos
amigos”
Para Manuel Evangelista, que acusou os eleitos da
Assembleia Municipal de Almeirim de “votar em carneirada”.
Amigo Evangelista, o que é que os carneiros lhe
fizeram, para em tais companhias os colocar?Já viu algum carneiro a votar? Deixe lá os bichos em paz!
Porque é que em vez de “votar em carneirada” não diz “votar em boyada”!
Não! Não tem a ver com bois! Tem a ver com “boys”!
7 - Prémio “Desplante alentejano”
Para a Câmara Municipal de Santarém que, há mais
de dez anos, mantêm um dístico na frontaria do Café Central onde se pode ler em
letras garrafais “Brevemente restituiremos este espaço à Cidade!”
8 - Prémio “Três em um”
Para a criação da megaempresa municipal “Viver Santarém”.
Proporcionadora de um momento notável, enquanto reflexão
filosófica, sobre o sentido das coisas!Afinal, se o um em três não resultou, mais que resultou o um sem três, porque diabo há-de resultar o três em um?!
9 - Prémio “Com amigos destes”
Para a madrinha do Grupo de Forcados de Vila
Franca de Xira, ao realçar o papel tauromático dos mesmos, questionando (sem se
rir, esclareça-se): “quando os cavaleiros espetam as farpas nos touros que
ficam doridos e raivosos (pudera) quem é que salta para a arena para lhes dar
um abraço amigo?”
10 - Prémio “O
paraíso perdido”
Para Moita Flores, no seu modesto balanço de despedida, ao
afirmar: “Lançámos o maior investimento de sempre (…) no domínio do saneamento,
provocando o maior sobressalto civilizacional, depois da chegada da
iluminação”.
Eu diria, mesmo, enfileirando com os mais importantes momentos da
História da Humanidade. Ao nível da descoberta do fogo! Da invenção da roda. Da
chegada do Homem à Lua!
11 - Prémio “O circo veio à
cidade”
Ainda para o dito ex-presidente e criminalista, ao afirmar que, no
seu mandato, “Santarém se transformou no palco do país e da cultura”.
Atendendo à situação em que estão, tanto a cultura como o país,
imagine-se o que, nos últimos anos, por aqui passou!
12 - Prémio “Eternos gazeteiros”
Para os alunos do IPS que abandonaram a sala
(quando o respetivo Presidente ia iniciar o discurso de abertura do ano
lectivo), protestando assim contra a diminuição do período das praxes de dois
para um mês.
E fizeram muito bem! Não lhes chegam, já, quase
cinco meses de aulas?!! Ainda querem
reduzir os insignificantes dois meses das praxes?!Querem castrar os jovens ou quê?!!
É o pitoresco feito
panaceia! A ironia como terapia!
Quantas vezes a
desvergonha de quem se não envergonha, da pouca-vergonha que é a sua falta de
vergonha!Enquanto o riso não pagar imposto?
Se é que não paga já….
Estado de sítio
Para combater o omnipresente mercado paralelo (situação natural num dos países do mundo com maior carga fiscal), o Governo pretende exigir faturas em todas as transações; mesmo aquelas tão mixurucas que não valem o papel e o tempo de o preencher.
Para isso pede ajuda aos
portugueses!
Tentando transformar, os
mesmos, em fiscais das finanças não remunerados!
Delatores, em
voluntariado!
Ao serviço de um Estado
que não consideramos pessoa de bem!
Muito pelo contrário!
Pedem-nos que acusemos
outros (que frequentemente nos são próximos e solidários), de defraudar o tal Estado,
que reputamos de injusto e insensível!
O mesmo que concede a liberdade
aos condenados da Casa Pia, enquanto mantém preso o único acusado “pé descalço”!
Que cria leis de
limitação de velocidade de 120Km/h, enquanto toda a fauna política circula aí, sistemática
e impunemente, a mais de 200!
O mesmo em que os
ministros conseguem licenciaturas matriculando-se em menos de 10% das cadeiras!
E, nem nessas, sequer, são avaliados!
Cujas leis servem
propósitos hermenêuticos, exigindo reputados interpretadores que só os ricos
podem pagar!
Que permite
sistematicamente aos poderosos (enquanto criminosos) saírem impunes por
irrelevantes (mas não fortuitas) irregularidades processuais!
Em que os secretários de
estado se regozijam com a atual e futura miséria nacional!
Em que o Presidente da
República (cujas meras despesas de representação fariam de cada um de nós um abastado
morgado) declara que os diversos milhares de euros que aufere não dão para
pagar as contas!
Em que “boys” diversos
saltitam de cargos públicos para cargos empresariais e vice-versa, em tortuosa simbiose
de ilegalidades e corrupções.
É deste Estado que querem
que sejamos fiscais!
E ameaçam-nos se não o
formos!
Vejam o estado a que isto
chegou!
Deslize e pouca-vergonha
A recente intervenção pública
do Secretário-Adjunto Carlos Moedas, respeitante ao “Relatório do FMI”,
constitui o mais chocante ato político a que tive a desventura de assistir nos
últimos tempos.
Sabemos bem como o mercantilismo
está implantado nas nossas classes dirigentes. Como as pessoas são, para elas,
meros números, rácios e índices económicos.
Contudo, a sua natureza
de políticos eleitos tem os obrigado, pelo menos, a circunspetos fingimentos de
pesar, quando as medidas que preconizam se anunciam dramáticas para quem os
elegeu!
Com Vítor Gaspar, tinha-se
passado a um outro nível; o da impassibilidade! Suportada, esta, por supostas competências
financeiras. Qual potestade, serena e imperturbável, o mesmo estaria, assim, acima
destes irrelevantes danos colaterais a que chamamos fome e miséria!
Com Moedas, atinge-se
aquilo que se pode chamar o terceiro nível de desplante: manifesta-se, agora, uma
indisfarçável e incontida satisfação com soluções que se sabe irem tornar ainda
mais desgraçado, o já desgraçado povo português.
O encantamento com o
famigerado “Relatório”, naturalmente alvo de anteriores conversas e apreciações
ministeriais, foi de tal maneira intenso, que o dito “boy” se esqueceu de mudar
o discurso antes de enfrentar as câmaras!
Mostrando, assim (num impressionante
momento de imprudência e insensibilidade) uma cândida euforia; só comparável com
criança brincando com saltitante bola colorida.
O choque é assim duplo!
Por um lado, a demonstração
clara de estarmos a ser governados por personagens sem pingo de vergonha ou
comiseração pela miséria que vão criando em seu redor!
Por outro, a constatação
de que algumas das ditas personagens nem sequer parecem já incomodar-se com o
facto do seu dourado futuro político passar, naturalmente, pela capacidade
cíclica, e sucessivamente reinventada, de enganar o povoléu!
Povoléu, esse, que entretanto
bate recordes de audiência em telenovelas e “reality shows”!
Talvez por isso mesmo os “yuppies”
que nos governam não se incomodem a fingir. A fingir, sequer, que se incomodam!
Acéfalos e anestesiados (como
estamos), desistimos de lutar, desistimos de acreditar, desistimos de nos
indignar! Desistimos…
E, se até aqui, ainda nos
prometiam um mundo novo, apesar de sempre convenientemente adiado…
Agora, nem a isso, já, se
dão ao trabalho!
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