*********************************************************************************************************************************************************************

Espaço de comunicação que se espera interactivo, este é um instrumento que permite estar próximo de amigos,presentes e futuros, cujas contingências da vida tornam distantes mas nem por isso menos merecedores de estimas e afectos.


**********************************************************************************************************************************************************************


terça-feira, 29 de março de 2016

Tágides de Outono




Inicia-se aqui uma nova colaboração com o Correio do Ribatejo, baluarte secular da integridade ribatejana, destinada a atribuir às mais destacadas personalidades da região (pelos “feitos” oratórios e “obras” realizadas) as mais elevadas distinções, corporizadas nas míticas e inspiradoras musas do Tejo: as Tágides!
Herdeiras das “faenas”, recorrem agora ao Tejo como móbil inspirador: Paradigma que é da razão de ser da região ribatejana e que alguns, por incrível que seja, conseguem ver agora como elemento separador.
Num Ribatejo cada vez mais vulnerável na sua desagregação. Cada vez mais desagregado na sua repartição. Cada vez mais repartido na sua afetação... aos inconfessáveis interesses partidários.

- “Tágide de prata” para Jaime Lopes, presidente da Junta de Freguesia de Casais, concelho de Tomar, na reação à contestação feita por elementos da Quercus às obras no IC9: “Não admito que nenhum desses indivíduos seja mais ambientalista que eu!”
Nem mais! Basta ver o ambiente que se criou com estas declarações!

- “Tágide da coerência” para José Ferreira respondendo a uma pergunta do jornalista da Gazeta do Tejo acerca da vivência em Abrantes, no mês de Agosto: “Horrível! Não se vê ninguém! É uma cidade morta!
Para o sossego é bom e, pelo menos, sempre há animação de verão!”
Pois!!!

- “Tágide do paradoxo”, para os 700 polícias formados na Escola Prática da Polícia de Torres Novas, e integralmente destacados para Lisboa e Açores!
Ora porquê prós Açores, perguntarão vocês? Com tantas carências policiais que por aí abundam!
Afinal, nos Açores, os criminosos não têm, sequer, para onde fugir!
Ainda se fosse para a Polícia Marítima?

- “Tágide cabeças ocas”, para as autoridades policiais de Coruche considerando “assalto frustrado” os tiros de metralhadora disparados, há algumas semanas, contra a porta da Caixa Agrícola do Biscaínho, logo após a hora do fecho!
Então, agora, fazem-se assaltos fora da hora de expediente?! Tenta-se forçar  violentamente a entrada num estabelecimento que, meia-hora antes, tinha as portas escancaradas?!
Então os assaltantes nem sequer conhecem o horário de abertura dos bancos?!
Santa ignorância!
O que vale é que uma fonte, a maior parte das vezes bem informada, nos revelou que afinal se tratou, sim, de uma ação do recém criado C. D. B. (Comando de Defesa do Biscaínho) tendente, precisamente, a forçar a abertura da agência bancária em horário pós-laboral.
Sim, quem é que precisa de um Banco Agrícola que não está conforme a atividade laboral do sector!

- “Tágide odalisca”, para o Festival Islâmico-cristão que decorreu em Santarém de 1 a 4 de Setembro, enchendo as ruas de Santarém de malabaristas, bailarinas, cuspidores de fogo, mendigos, bruxas, prostitutas e videntes!
Reacção do impagável Asdrúbal, mascote encartada da societé escalabitana;
“Oha! Bolas! É sempre a mema coisa!”

- “Tágide gastronómica”, para José Mendes, ex-vereador da Câmara de Tomar, responsável aí pela Proteção Civil, recebendo do município qualquer coisa como 300 Euros, por um almoço!
Está bem protegida a civilidade nabantina!

domingo, 27 de março de 2016

Faenas da Primavera Julho de 2010




Com o subir estival dos termómetros a temperatura política do burlesco assume proporções que apenas a leviandade das antecipações balneares permite compreender. São as consequências de um sistema neurológico central desequilibrado pelo borbulhar térmico em presença. São as “faenas” do nosso contentamento encontrando assim destinatários à altura do seu prestígio!

- E o primeiro contemplado é Miguel Relvas, o impagável Secretário de Estado da Administração Local, (ora convertido em dono do aparelho laranja terminada que está a sua tarefa de “coveiro do Ribatejo”) defendendo agora o alargamento da Comunidade Urbana do Médio Tejo a diversos concelhos do Distrito de Castelo Branco.
Adquiriria assim, se preciso fosse, outra clareza todo um processo que, assentando estritamente em lógicas de poder pessoal e partidário, permite criar autênticos feudos à medida de carreirismos políticos imediatistas ou reservar para o futuro atrativas prateleiras douradas tão convenientes em tempo de vacas magras.
Uma questão apenas. Se o Tejo constitui no Ribatejo, como defendeu recentemente, uma “barreira geográfica” mais ou menos intransponível (que aliás não permitiu, como seria natural, a criação de uma única “Comunidade” na Região), porque diabo é que o dito se transmudou de repente em fator de união com concelhos do interior?

- Candidato especial a uma “faena” das antigas é também o ignoto Ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, afirmando na F.N.A, a dado passo de um discurso naturalmente brilhante: “em cada esquina ouvimos dizer que não há agricultura (...) o que é uma coisa estúpida, injustificada e anormal!”
Dando de barato a minha natural perplexidade sobre aquilo que o meu amigo andará a fazer pelas esquinas, permita pôr-lhe umas simples questões: tem a certeza que é mesmo a pasta da agricultura que lhe está distribuída?! E,... de Portugal?!
De qualquer maneira, tenha lá paciência, mas anormais é tais afirmações não são com certeza. São até bastante normais, diga-se de passagem. Aliás, se não o fossem, não seria possível ouvir dizer isso em “cada esquina”! Certo?!

- Aliás o dito Ministro (que pelos vistos é mais uma joia deste governo) terminará a sua reflexão sobre o estado da Agricultura portuguesa com uma afirmação tão bizarra como perentória: “Há agricultores, estão vivos...!”
Bom, talvez aquela minoria de jovens agricultores que plantam subsídios comunitários  em vez de sementes e colhem jipes em vez de trigo ou girassóis.
Mas que dizer daquela maioria que sobrevive com ridículas reformas, pacientemente esperando o inevitável! Será que, em rigor, se pode dizer que estão vivos?
Só se for, como diz o povo, porque nem sequer “têm onde cair mortos!”

- Uma “faena” revolucionária para os touros da Festa da Ascensão na Chamusca, desencadeando uma curiosa ação reivindicativa, à boa maneira do pacifismo hindu que Gandhi imortalizou. Fartos de ser explorados como instrumento da vaidade humana, resolveram simplesmente deitarem-se no chão da arena, impávidos e serenos, numa atitude clara de resistência passiva!
É verdade que dificilmente os mesmos virão a alcançar entre nós o estatuto duma doutrina onde os bois são considerados sagrados. Contudo, também para eles, o sonho comanda a vida!

- Curiosamente os seus congéneres da Feira de Maio na Azambuja assistiram estupefactos a uma notícia no “Mirante” em que eram atribuídas ao aleatório e à impreparação dos aficionados as numerosas “colhidas” aí verificadas.
Isto é, se os touros (no uso de um direito inalienável, esclareça-se) resolvem tomar uma atitude passiva denominam-nos pejorativamente de “mansos” e deles dizem cobras e lagartos. Se, pelo contrário, assumem a agressividade que deles se espera, ninguém, contudo, lhes reconhece minimamente as capacidades e o respectivo mérito!
São atitudes discriminatórias como estas (incompreensível numa sociedade que se quer justa e democrática) que as associações protetoras dos animais haviam de ver! Nem mais!

- Uma “faena” mais para a organização da ExpoCaça2004, decorrida no Centro Nacional de exposições (vulgo CNEMA) escolhendo precisamente para símbolo do certame a imagem de uma águia; apenas e só uma das espécies mais fortemente ameaçadas de extinção e sobre a qual incidem estritas regras de interdição cinegética.
Depois admirem-se que muitos caçadores funcionem de acordo com o princípio de que tudo o que mexe é bicho, e tudo o que é bicho é caça!

- Uma outra ainda para a saúde financeira do Santuário de Fátima: em tempo de vacas magras arrecadando um lucro de quase 8,5 milhões de €uros! É obra!
Ou não fosse nos momentos difíceis que os nossos olhares, mais frequentemente, se volvem, suplicantes, para a divindade. Logo é nestas alturas que a dita está mais atarefada! Percebe-se, portanto, que as remunerações subam em flecha!

- Uma “faena” especial para a vereadora da cultura de Santarém, mais precisamente para o sei inesquecível editorial da última Agenda Cultural, onde dissertando sobre a importância da Feira do Ribatejo, refere a dado passo “o som dos cascos dos campinos sobre a calçada!”
Apesar do respeito que me merecem, eu até entendo que não se goste de campinos (eu, por exemplo, prefiro as “campinas”) mas, que diabo, não é preciso diabolizar as pessoas desta maneira! Que mau feitio!

Uma “faeninha” com certeza para os 613 mil Euros saídos do erário público municipal gastos na aquisição do Campo Chã das Padeiras. Factor este, aliás, de tal maneira potenciador dos ânimos no União de Santarém, que levaram um seu dirigente a afirmar recentemente de forma convicta e orgulhosa: “o lugar do União de Santarém é na Terceira Divisão”!
Entretanto vivendo de trocos, o Santarém Basket lá venceu mais uma Liga Nacional Feminina de Basquetebol

- Finalmente para o deputado municipal de Santarém, Jorge Rosa, num curioso artigo respeitante às próximas eleições para a concelhia social-democrata local. Aparenta este uma tese preciosa; “Não esqueçamos que os socialistas venceram em Santarém não porque esta seja socialista (...) mas porque os munícipes (...) nunca tiveram confiança nas equipes e na estratégias e nas confusões autárquicas que o PSD sempre arranjou!
São trinta longos anos de falta de confiança tanto nas equipas como nas estratégias! 
Parece-me mais uma espécie de atavismo genético!

Enfim! O que vale é que os cães vão passando, enquanto a caravana ladra!

Faenas de Inverno Junho de 2008



  
E como o prometido é devido, aqui estamos nós para atribuir as últimas distinções sazonais, neste tempo de calendas primaveris. E como muitas vezes acontece, os últimos são os primeiros. Por mérito próprio, como se verá:

“Faena manhosa” para Rui Manhoso, Presidente da Associação de Futebol de Santarém em entrevista ao site desta instituição, ao afirmar muito sisudo: “Esperemos que a revolução de mentalidades dos dirigentes desportivos passe também por uma atitude de maior compreensão para com estes homens”
Ó meu amigo! O problema de muitos dirigentes desportivos deste País não é, propriamente, a falta de compreensão para com eles! Pelo contrário, compreendê-mo-los, até, bem demais!

“Faena do equívoco” para Ramiro Matos vereador e presidente da concelhia laranja de Santarém, ao afirmar, a dado ponto, na campanha tendente à sua reeleição partidária: “cumprimos  o fim a que nos propusemos, que era ganhar a Câmara de Santarém”.
E eu que pensava que quem tinha ganho a Câmara era o Moita Flores! O tal que foi independente, nunca se assumiu como candidato do PSD e, ignominia das ignomínias é considerado como tendo ganho a Câmara,... apesar do PSD!!
As coisas que a gente pensa!

Faena jurássica para o W Shopping de Santarém pela recente Exposição de Dinossauros. Finalmente a fauna autárquica distrital foi objeto de uma meritória e pedagógica distinção. Consta que o dito foi um êxito, até porque a qualidade das peças expostas permitiu, aqui e ali, visualizar por entre os fácies reptilianos, esboços fisionómicos bem conhecidos.
E era ver as criancinhas chegando-se mais às mães, enquanto apontavam, gritando, num misto de terror e de euforia da descoberta! Olha mãe! Olha o barbudo do Sousassaurus! Olha o Triceramendes! Olha o Ganhãossaurus!

“Faena manjedoura de ouro”, para a Direção do Santuário de Fátima que continua a faturar como gente grande! Aliás, neste país, pelos vistos, apenas o dito, as instituições bancárias e um outro tipo de negócio que me dispenso de referenciar, continuam impassivelmente a dar lucro!
Poder-se-á dizer, assim, que estes personificam, de alguma forma, a versão contemporânea dos famigerados 3Fs (que o Estado Novo elevou a desígnios nacionais), transformados agora nos, mais pragmáticos, ainda, 3Ds: Deus, Dinheiro e,... chamemo-lhe assim, Deboche!

“Faena Olívia Patroa” para o Presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas, Manuel Piranga, que passou recentemente a acumular estas funções com a de acessor do presidente da Câmara António Rodrigues, passando assim a ser simultaneamente, fiscalizador da Câmara e subordinado nesta!
Extraordinário foi o argumento que o mesmo utilizou para justificar tão incompatíveis funções: ”o cargo que vou desempenhar enquadra-se no espírito das minhas funções enquanto presidente da Assembleia Municipal, São também funções de fiscalização e não me parece que exista alguma incompatibilidade ética ou política”
Pois é amigo Piranga, mas há uma diferençazinha
Num caso trata-se de fiscalizar a Câmara!
No outro, de fiscalizar  na Câmara!
P´ecebe!

“Faena da perspicácia” para o antigo vereador da Câmara Municipal de Santarém, Manuel Afonso, agora que uma vistoria apurou que a famigerada “Casa da Portagem” sofre de deficiências estruturais! Assim se percebe, finalmente, porque o anterior executivo a dotou de um projeto de reconstrução sem teto. Porque a dita, como agora se prova, pura e simplesmente não aguenta o teto! Agora se percebe, também, porque o meu amigo quis, há um par de anos atrás, deitá-la abaixo “por razões de segurança”!
A verdade é que se o seu conselho tem sido seguido, a mesma não apresentava agora as tais “graves deficiências estruturais”! Essa é que é essa!
E eu, que tão lesto fui a criticá-lo, assumo aqui, humildemente, o meu erro!
Bem-aventurados os humildes, porque alcançarão misericórdia!

E fiquemo-nos com este exemplar acto de contrição que, prova, que ao contrário do Presidente Cavaco, às vezes engano-me (embora raramente, é certo) e, outras vezes, até tenho dúvidas; embora, naturalmente, muito ligeiras!

sábado, 26 de março de 2016

Faenas de Outono Janeiro de 2006



                                 
Ora cá estamos de novo, para mostrar que não é apenas a campanha presidencial que merece ser agraciada com tão altas distinções. A nossa sociedade civil (política e não só), é também ela especialmente merecedora. Como aliás se comprova pela amostra junta:

Faena eclesiástica” para Manuel Guedes Polidoro, viúvo, ordenado sacerdote aos 80 anos, depois de 53 de feliz e profícuo casamento. A morte da esposa, permitiu ao até aí industrial e pai de família, responder finalmente à chamada da Virgem Maria (de quem é particularmente devoto) o que, convenhamos, até essa altura, não ficaria lá muito bem!
Aleluia! Acho que a igreja devia pôr os olhos neste exemplo!
Primeiro o ”amai-vos e multiplicai-vos”, depois o sacerdócio.
De facto, é bem mais fácil ser celibatário quando se é já maduro, sem necessidade de travar uma luta com a “carne fraca” do nosso contentamento!
Sem necessidade de andar a piscar o olho ao sexo oposto e, principalmente, ao sexo...  exposto.
                                                                                                                   
E já agora uma “faena machista” para a Igreja Católica, por continuar sem permitir que também as mulheres ascendam ao sacerdócio. Principalmente em situações deste tipo; viúvas e matronas já respeitáveis!
Tá bem! Eu conheço a “história da maçã”! E também sei que, “viúva rica, com um olho chora, com o outro repenica!” Mas podia-se, sei lá, permitir o sacerdócio apenas às viúvas pobres com mais de setenta anos, por exemplo! Convenhamos que não é pedir muito!
Afinal, (como ilustra a parábola do “camelo e da agulha”), os ricos dificilmente poderão entrar no paraíso! E não é lá muito simpático andarmos a ordenar sacerdotisas  que, depois, não possam entrar no reino dos céus!
Já basta o que basta!

“Faena deplorável” para a C P, na decisão de anular as paragens dos Comboios Alfas em Santarém e Entroncamento, contribuindo assim, ainda mais, para o isolamento do interior de um país cada vez mais deserto e abandonado.
Não sei mesmo porque é que isto já não me surpreende. Provavelmente porque, “neste mundo cão”, já me surpreendi vezes que cheguem.
Afinal, quando nasci, fiquei de tal maneira surpreendido, que estive para aí um ano e meio sem conseguir falar!

“Faena suicida” para o anterior Executivo da Câmara Municipal de Santarém que, a serem verdade os números apresentados, conseguiu em quatros anos duplicar o passivo do Município. Transformou assim uma Câmara considerada, à altura, pelo respectivo presidente como “falida”, numa Câmara, dir-se-á... duplamente falida!
Lá diz o povo, na sua milenar sabedoria; a diferença maior entre competência e incompetência é que a competência, afinal de contas, tem limites.

Finalmente, “faena macabra” para a eleição da Comissão Distrital do Partido Popular, cuja votação foi suspensa na mesa de Santarém depois de um rebuliço dos antigos e de acusações várias, entre as quais a de que uma das listas integrava, até, um militante já falecido!
Devo dizer, aliás, que tal questão não me parece razão suficiente para suspender a dita votação. Primeiro porque, se faleceu, não foi com certeza por sua culpa!
Não fica bem, portanto, por coisa tão pouca, negar-lhe os seus mais básicos direitos políticos!
E depois, porque ... em rigor, ninguém pode garantir que  não vá ressuscitar!
Já aconteceu, n’é?!!

È a sociedade civil no seu melhor, é o que é! A surpreender-nos, mais uma vez! E, como estamos em quadra natalícia, a presentear-nos com opiniões, atitudes, actos e omissões, que nos alegram e fazem rejubilar com a insanidade universal.
No fundo, “de génios e de loucos, todos temos um pouco”! A repartição é que, pelos vistos, não foi muito equitativa!