Do alto da colina, em atalaia, a esfinge, intemporal, observa a planície a seus pés!
- O grande rio, matriz genética da Região, cuja vestuta idade exigiria bem mais respeito.
- As aldeias avieiras do Patacão, das Caneiras e da Palhota, imagens paradigmáticas de um património turístico-cultural desprezado.
- A zona ribeirinha de Santarém, cuja recuperação se projecta numa eternização futura.
- O Palácio da Rainha, na Azambuja, provavelmente o maior desperdício de turismo fluvial do país.
- Os incontáveis e estivais festivais de folclore. Recorrentemente, cada vez mais “festivais” e, menos, “de folclore”!
- A persistência, difícil, da festa brava. Fruto de conflitos entre as razões da tradição e os imperativos de modernidade.
- A anacrónica divisão administrativa do Ribatejo; criação inolvidável dos inúmeros e antagónicos lobbys políticos. Responsáveis, afinal, pela actual situação de apêndices regionais da Grande Lisboa e agora, até, do Alentejo.
- Uma prosaica classe política; maioritariamente amorfa, egoísta e incompetente.
- O cheiro peculiar do Alviela, cuja problemática odorífera flutua entre uma excessiva quantidade de dejectos, uma excessiva insuficiência de água e uma excessiva (e particular, dir-se-á) sensibilidade dos seus peixes.
- A Feira Nacional da Agricultura, cada vez menos nacional e em que, apenas, as atracções circenses vão mantendo um populista simulacro de grandeza!
E enquanto o mundo, em seu redor, permanece, a esfinge tejana observa, impassível!
Aurélio Lopes
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