Quais grupos palmípedes das Falkland, bamboleando-se solenemente nas suas vestes regionais, está cada vez mais artística a participação do executivo escalabitano nas tradicionais Festas da Cidade; que aqui para nós (que ninguém nos ouve), se deviam chamar “Festas do Concelho”!
Presidente e vereadores, adjuntos e secretários, chefes de gabinete e assessores, ao ritmo (já se vê), das sinergias presidenciais! Enfim, em época de vacas magras, quando já nem os grupos de folclore, fartos de dar e não receber, se dispõem maioritariamente a participar, a animação de ruas, pelos vistos, fica cada vez mais por conta do Executivo!
Isto é que é usar a prata da casa! Ou, para utilizar uma expressão taurina (tão ao gosto dos nossos autarcas), isto é que é pegar os touros pelos cornos!
Tal acontecimento marca assim todo um mandato. De tal maneira, que me permitiu auto-catalisar reconhecidos, mas adormecidos, méritos poéticos. E agraciar (ou não estivéssemos em tempos de agraciações) o referido Executivo, com um poema (passe a imodéstia) ao nível das suas sublimes prestações.
Um poema musicado com a melodia da conhecida canção, “Os Putos*!” Afinal, uma ocasião especial, é uma ocasião especial:
Numa alegre arruada, os edis!
De jaqueta apertada, os edis!
Camisinha bordada, os edis!
De botinha calçada os edis!
Parecem bandos de pinguins… à solta
Os edis, os edis!
São como ínvios, capitães da malta
Os edis, os edis!
E quando a noite cai, não se revoltam
Sentam-se à mesa do chefe
É a adoração que volta
E ouvem-no a falar da liberdade
São os edis deste povo
Demonstrando lealdade!
E, esta, hem?! Tanto talento mal aproveitado!
Só não se percebe bem porque continuam as hermanias: leia-se, as manias dos hermans, Josés ou não. Afinal (como se prova) o que não falta em Santarém são artistas! E, por muito mal que cantem, dificilmente conseguiriam fazer pior!
Não se compreende aliás (a não ser por uma qualquer ignota e masoquista razão) que o executivo se sacrifique a desfilar, sujeito a intempéries de toda a natureza (tudo para poupar na contratação de uma troupe de animação profissional) e depois se gaste tanto dinheiro num artista da Rádio, TV, Disco e da Cassete Pirata, quase fora, já, do prazo de validade.
Hum! Há aqui qualquer coisa que não bate certo!
* Convêm trautear, o mesmo, assumindo um ar castiço (cabeça levantada, polegar esquerdo apoiado nos bolsos das calças), enquanto com a mão direita se tamborila (não tem a ver com tamboril, assinale-se) numa mesa, para marcar o respectivo compasso!
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