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Espaço de comunicação que se espera interactivo, este é um instrumento que permite estar próximo de amigos,presentes e futuros, cujas contingências da vida tornam distantes mas nem por isso menos merecedores de estimas e afectos.


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sexta-feira, 1 de março de 2013

Bandarilhas de Ouro de 2012


Diz o povo, na sua secular sabedoria que a experiência suporta, que “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”!
Que somos casa em que não há pão, é cada vez mais evidente. Que todos ralham, perfeitamente claro. Que a razão deambula, muitas vezes, por lugares que a razão desconhece, salta cada vez mais à vista!
Afinal, o perverso processo de aniquilação do Ribatejo, que, podemos agradecer aos Jorges “Judas” Lacões e aos Miguéis “Vasconcelos” Relvas, assiste agora ao corolário final (há muito anunciado), enquanto a tanga financeira que nos vão impondo, se confunde, cada vez mais, com um elegante fio dental!
Exige-se assim o regresso dos acintosos prémios regionais que, um fim de ciclo, fez interromper.
Denominados, agora, “bandarilhas de ouro”; ou não seja esta arte (dita “brava” e festiva) de agarrar touros de frente, de lado, de trás (e, suponho, também de outros ângulos menos referenciáveis) um autêntico tesouro regional!

 
1 - Prémio “Cadé ela?

Para Miguel Relvas (que após ter ganho de presente uma licenciatura) rejeitará em absoluto ter tido qualquer comportamento ilícito na gestão do dossier das privatizações da REN e da EDP e acusará (com ar devidamente indignado) o Jornal Público, de “denegrir a sua imagem e promover uma campanha contra a sua honra”!

 
2 - Prémio “Quem não tem vergonha…”

E como não podia deixar de ser, para a “Licenciatura Farinha Amparo”, do dito cujo. Exemplo paradigmático do estado, a que o estado do Estado chegou! Em que à impunidade se junta a desvergonha da ilegitimidade e a descarada solidariedade institucional.

 
3 - Prémio “Olh’ó passarão!”

Para António Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, que admite encerrar a Câmara, às sextas-feiras, para reduzir custos!
Eis, assim, com a simplicidade das coisas geniais, resolvidos de uma penada os problemas financeiros das autarquias. Basta encerrá-las!
Ou será (como diz um amigo torrejano) que estes “custos” são outros. Por exemplo, o custo de ter de trabalhar cinco dias por semana?!

 
4 - Prémio “Fia-te na Virgem…”

Para Luís Loureiro, treinador do Fátima, garantindo que “ainda não pediu nada a Nossa Senhora, mas espera, no final de época, vir agradecer a vitória no campeonato.
Tenha lá paciência amigo Loureiro, mas isso é, como usa dizer-se, uma intolerável tentativa de ganhar na secretaria.
Lesiva da verdade desportiva (já que os outros clubes não possuem uma divindade residente) e afetando, inclusive, a propalada universalidade de Maria.

 
5 - Prémio “Quem sabe, sabe!”

Para Paulo Caldas proferindo uma conferência (em Santarém) sobre gestão autárquica e os quadros comunitários de apoio, enquanto, nesse âmbito, é acusado judicialmente de “denegação da justiça”, peculato e diversos pagamentos indevidos.

 
6 - Prémio “Os carneiros são nossos amigos”

Para Manuel Evangelista, que acusou os eleitos da Assembleia Municipal de Almeirim de “votar em carneirada”.
Amigo Evangelista, o que é que os carneiros lhe fizeram, para em tais companhias os colocar?
Já viu algum carneiro a votar? Deixe lá os bichos em paz!
Porque é que em vez de “votar em carneirada” não diz “votar em boyada”!
Não! Não tem a ver com bois! Tem a ver com “boys”!

 
7 - Prémio “Desplante alentejano”

Para a Câmara Municipal de Santarém que, há mais de dez anos, mantêm um dístico na frontaria do Café Central onde se pode ler em letras garrafais “Brevemente restituiremos este espaço à Cidade!”

 
8 - Prémio “Três em um”

Para a criação da megaempresa municipal “Viver Santarém”.
Proporcionadora de um momento notável, enquanto reflexão filosófica, sobre o sentido das coisas!
Afinal, se o um em três não resultou, mais que resultou o um sem três, porque diabo há-de resultar o três em um?!

 
9 - Prémio “Com amigos destes”

Para a madrinha do Grupo de Forcados de Vila Franca de Xira, ao realçar o papel tauromático dos mesmos, questionando (sem se rir, esclareça-se): “quando os cavaleiros espetam as farpas nos touros que ficam doridos e raivosos (pudera) quem é que salta para a arena para lhes dar um abraço amigo?”

 
10 - Prémio “O paraíso perdido”

Para Moita Flores, no seu modesto balanço de despedida, ao afirmar: “Lançámos o maior investimento de sempre (…) no domínio do saneamento, provocando o maior sobressalto civilizacional, depois da chegada da iluminação”.
Eu diria, mesmo, enfileirando com os mais importantes momentos da História da Humanidade. Ao nível da descoberta do fogo! Da invenção da roda. Da chegada do Homem à Lua!

 
11 - Prémio “O circo veio à cidade”

Ainda para o dito ex-presidente e criminalista, ao afirmar que, no seu mandato, “Santarém se transformou no palco do país e da cultura”.
Atendendo à situação em que estão, tanto a cultura como o país, imagine-se o que, nos últimos anos, por aqui passou!

 
12 - Prémio “Eternos gazeteiros”

Para os alunos do IPS que abandonaram a sala (quando o respetivo Presidente ia iniciar o discurso de abertura do ano lectivo), protestando assim contra a diminuição do período das praxes de dois para um mês.
E fizeram muito bem! Não lhes chegam, já, quase cinco meses de aulas?!!  Ainda querem reduzir os insignificantes dois meses das praxes?!
Querem castrar os jovens ou quê?!!

 
É o pitoresco feito panaceia! A ironia como terapia!
Quantas vezes a desvergonha de quem se não envergonha, da pouca-vergonha que é a sua falta de vergonha!
Enquanto o riso não pagar imposto?
Se é que não paga já….

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