Tinha-se percebido, já,
que esta situação de crise económica e a necessidade de espoliar até ao tutano legitimidades
financeiras e laborais, vinha afetando os direitos básicos dos cidadãos, tão difíceis
de conseguir em décadas de reivindicação.
Não só nas
desproporcionadas e multiplicadas contribuições fiscais mas, igualmente, nas
coimas associadas, nos discursos legalistas, nos prazos de regularização.
E, o mais grave, é que as
respectivas consequências legais supostamente positivas, que daí deveriam
decorrer, afinal, não são alcançadas.
Não andamos mais devagar
nas autoestradas por vigorar, há décadas, a proibição de exceder os 120
Km/hora.
Não passamos mais mas
passadeiras por ser proibido passar ao lado!
Não declaramos as prendas
que damos aos filhos por haver uma lei, inacreditável, que obriga a isso!
E por aí adiante….
Afinal, andamos todos
habitualmente em transgressão. Portanto: mais transgressão, menos
transgressão….
Recentemente o Secretário
de Estado da tutela veio defender a obrigatoriedade linear de passar faturas
seja qual for o montante em questão!
Pretende-se, aí,
sobrecarregar ainda mais as pequenas e médias empresas de comércio e serviços;
já estranguladas por uma asfixiante fiscalidade.
Será que não conseguem descortinar
que o resultado final vai ser, mais uma vez, o incremento dos índices de
ilegalidade. A usualidade do incumprimento!
Será que este “boy” (possivelmente
recrutado à Lusófona) acredita, mesmo, que o pagamento de 10 cêntimos de uma
fotocópia vai dar origem à emissão, sistemática, de uma fatura?
Está tudo doido, é?
Já não falo, sequer, da
multa até 2000 euros por não a exigir!
Só falta agora, oferecer
um prémio, pidesco, pela denúncia. Pelos vistos, lá chegará!
Que raio de sociedade é
que estamos a criar?
Tentando conseguir pela
proibição e o medo, aquilo que a educação e os imperativos de cidadania
deveriam (se estivesse a ser desenvolvidos) em grande parte alcançar!
É claro que existe uma
economia paralela! Lesiva dos interesses económicos nacionais, sim!
Embora (convenhamos) bem
menos que a ação corruptora da nossa classe politica!
Mas, para combater aquela,
exige-se que encaremos o Estado como pessoa de bem.
Exigente, mas cumpridor.
Exemplo da honestidade que exige aos cidadãos. E, naturalmente, bom gestor dos
nossos dinheiros!
Ou é isso, ou o estado
policial!
E a colocação de um
fiscal em cada esquina das consciências!
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