Em artigo na altura publicado no Correio
do Ribatejo dizia, a propósito, que a sua morte prefigurava um processo previsível,
rápido e inevitável, de canonização.
Mais concretamente, dizia que a
sua imagem de papa sofredor o faria ascender rapidamente “ao panteão cristão. Bem mais cedo, provavelmente, que os malogrados pastorinhos
de Fátima”, prisioneiros da sua insuficiência intercessora e encalhados, perpetuamente,
na fase de beatos.
Quatros anos mais tarde (em 2009)
no livro “Vidente e Confidentes: um Estudo sobre as Aparições de Fátima”, a propósito
do assim chamado “Terceiro Segredo”, seu esperado carácter catastrófico e sua dececionante
revelação, tive oportunidade de tecer as seguintes considerações:
“O esperado apocalíptismo não se concretizou, transmutando-se num
frustrado episódio de pontificídio. João Paulo II, o papa mártir, em processo
anunciado de canonização, já na altura (Maio de 2000) previsível, não hesitou
em revelar o dito, relacionando-o com o atentado que sofrera em 1981 na Praça
de São Pedro”.
Sabe-se, agora, que o referido
pontífice (beatificado em 2011) vai ser canonizado no próximo mês de Outubro!
Oito anos, apenas, após a sua morte!
Comprova-se, assim, que tal
personagem estava, desde muito cedo, destinado à santificação.
Ora, como não sou suposto possuir
dons proféticos ou de premonição, a razão tinha de estar, já, a vista! Para quem
a soubesse ver, bem entendido.
Afinal, foi este o Papa que abriu
a Igreja ao mundo!
Não em termos ideológicos! Mas
social e politicamente!
Um Papa que, oriundo do Leste,
carregava com ele o fascínio do perseguido!
Um Papa que transformou o resignado
sofrimento, tão caro à Igreja, numa imagem de marca!
Um mártir moderno! Numa altura em
que a Igreja tem de lutar contra competidores cada vez mais ativos e dinâmicos.
Em que acusações de vício e
corrupção ameaçam, fortemente, a sua reputação.
Enfim! O homem certo, com o certo
e estoico padecimento, na altura certa.
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