Aproximam-se mais umas
eleições autárquicas.
Pesem embora situações de
falência técnica em grande parte dos municípios, candidatos é que não faltam.
Em Santarém, desde algum
tempo, caras mais ou menos “larocas” começaram a surgir por praças e avenidas.
Passado o terramoto Moita
Flores, abrem-se, de novo, perspectivas que estavam suspensas.
Gradualmente o circo
regressa à cidade!
O PS abre as hostilidades,
apresentando como candidata uma recente ex-governante; numa área social mediática
e pouco desgastante.
O PSD, a CDU e o BE,
apresentam candidatos de uma nova geração, com maior ou menor experiência política.
Uma Candidatura Independente constitui sintoma de alguma vitalidade
democrática.
Como sempre, a vitória
vai dirimir-se entre socialistas e sociais-democratas. Os restantes lutam pela
eleição de um vereador; encontrando-se a CDU, como também é usual, mais perto
desse desiderato.
O PS parte com alguma
vantagem potencial: candidata mediática, experiência autárquica e governativa,
num tempo de vacas magras (hoje de rosto laranja) e num concelho que (não o esqueçamos)
excetuado o efeito Moita Flores, deu sempre a vitória aos socialistas.
Algum défice de empatia,
está a ser gerido por uma campanha precoce e de proximidade: a proximidade
possível nesta altura do campeonato.
Mas o PSD não deixa de
ter hipóteses, já que o seu candidato é, neste momento (após o episódio mais ou
menos rocambolesco do abandono de Moita) o Presidente do Município.
Para isso, “basta-lhe”
tirar partido politico-eleitoral da situação. De um exercício de poder que,
mesmo em tempo de crise, pode perfeitamente ser populista.
E estabelecer, ou
reforçar, as tais condições de empáticos afectos que, há décadas, elegem sistematicamente
e perpetuam, entre nós, inúmeros presidentes de câmaras. Alguns,
interruptamente, desde os tempos, já remotos, do 25 de Abril.
É um grande “basta-lhe”.
Mas não é impossível!
Afinal, face a um
eleitorado idólatra e pouco informado que vota por devoção e não por opção
(leia-se independentemente das prestações políticas e de gestão, de
competências e honestidades) um presidente que perde as eleições dificilmente
merece ser presidente.
Pelo menos neste país de
analfabetos funcionais!
Em que os “reality shows”
são os acontecimentos públicos do ano e os governantes tiram cursos sem sequer
ter posto os pés nas aulas*.
Em ridor absoluto, sem
sequer serem alunos.
*Pelo menos, de forma a que os seus potenciais
colegas e professores tenham, alguma vez, dado por isso!
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