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segunda-feira, 8 de julho de 2013

O circo e a cidade


 
Aproximam-se mais umas eleições autárquicas. 

Pesem embora situações de falência técnica em grande parte dos municípios, candidatos é que não faltam.

Em Santarém, desde algum tempo, caras mais ou menos “larocas” começaram a surgir por praças e avenidas.

Passado o terramoto Moita Flores, abrem-se, de novo, perspectivas que estavam suspensas.

Gradualmente o circo regressa à cidade!

O PS abre as hostilidades, apresentando como candidata uma recente ex-governante; numa área social mediática e pouco desgastante.

O PSD, a CDU e o BE, apresentam candidatos de uma nova geração, com maior ou menor experiência política. Uma Candidatura Independente constitui sintoma de alguma vitalidade democrática.

Como sempre, a vitória vai dirimir-se entre socialistas e sociais-democratas. Os restantes lutam pela eleição de um vereador; encontrando-se a CDU, como também é usual, mais perto desse desiderato.

O PS parte com alguma vantagem potencial: candidata mediática, experiência autárquica e governativa, num tempo de vacas magras (hoje de rosto laranja) e num concelho que (não o esqueçamos) excetuado o efeito Moita Flores, deu sempre a vitória aos socialistas.

Algum défice de empatia, está a ser gerido por uma campanha precoce e de proximidade: a proximidade possível nesta altura do campeonato.

Mas o PSD não deixa de ter hipóteses, já que o seu candidato é, neste momento (após o episódio mais ou menos rocambolesco do abandono de Moita) o Presidente do Município.

Para isso, “basta-lhe” tirar partido politico-eleitoral da situação. De um exercício de poder que, mesmo em tempo de crise, pode perfeitamente ser populista.

E estabelecer, ou reforçar, as tais condições de empáticos afectos que, há décadas, elegem sistematicamente e perpetuam, entre nós, inúmeros presidentes de câmaras. Alguns, interruptamente, desde os tempos, já remotos, do 25 de Abril.

É um grande “basta-lhe”. Mas não é impossível!

Afinal, face a um eleitorado idólatra e pouco informado que vota por devoção e não por opção (leia-se independentemente das prestações políticas e de gestão, de competências e honestidades) um presidente que perde as eleições dificilmente merece ser presidente.

Pelo menos neste país de analfabetos funcionais!

Em que os “reality shows” são os acontecimentos públicos do ano e os governantes tiram cursos sem sequer ter posto os pés nas aulas*.

Em ridor absoluto, sem sequer serem alunos.

 

*Pelo menos, de forma a que os seus potenciais colegas e professores tenham, alguma vez, dado por isso!

 

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