Fatalidade perene da justiça portuguesa, a subversão sistemática do segredo de justiça surge hoje, pela sua frequência e vulgaridade, como coisa natural.
E não há nada mais grave do que acharmos natural o erro, a ilegalidade, a corrupção, o crime, afinal!
Do que o encararmos como coisa habitual. Branqueado pelo uso quotidiano. Menorizado no seu carácter criminoso pela sua natureza vulgar e corrente.
Devemos assim rejeitar tal prática lesiva da eficácia e transparência judicial, seja no que concerne ao interminável processo Casa Pia, ao famigerado Freeport ou ao escandaloso Apito Dourado!
Porém, o caso das recentes publicações das escutas ligadas aos sinuosos processos que têm a ver com o futebol, merecem, de alguma forma, outra ponderação.
Não deixam (é claro) de revelar a persistência de uma anomalia criminal, mas constituem, afinal, a única hipótese do português comum (quantas vezes perdido entre opiniões e contra-opiniões, ataques e acusações recíprocas num oceano de suspeições) poder visualizar, directamente, documentos irrefutáveis (e inqualificáveis, já agora) acerca da aberrante miséria moral em que o futebol português está mergulhado!
Aí vemos o mais completo desrespeito pelo direito à dignidade de cada um, a vitória do compadrio e o tráfico de influências no seu melhor. A certeza da impunidade e o exuberante regozijo daí resultante.
Tudo isto, alto e bom som!
Que se não serve como prova judicial, serve pelo menos para percebermos, de uma vez por todas, a enorme corrupção que por aí grassa e, se calhar ainda mais grave, a enorme falta de dignidade e formação ética que aí prolifera.
Se não deixa de ser um mal, é pelo menos um mal que vem por bem!
Um escrever direito por linhas tortas! O que, convenhamos, a justiça portuguesa, nem isso tem conseguido!
Já que nem por linhas menos direitas, consegue deixar de escrever torto!
Aurélio Lopes
E não há nada mais grave do que acharmos natural o erro, a ilegalidade, a corrupção, o crime, afinal!
Do que o encararmos como coisa habitual. Branqueado pelo uso quotidiano. Menorizado no seu carácter criminoso pela sua natureza vulgar e corrente.
Devemos assim rejeitar tal prática lesiva da eficácia e transparência judicial, seja no que concerne ao interminável processo Casa Pia, ao famigerado Freeport ou ao escandaloso Apito Dourado!
Porém, o caso das recentes publicações das escutas ligadas aos sinuosos processos que têm a ver com o futebol, merecem, de alguma forma, outra ponderação.
Não deixam (é claro) de revelar a persistência de uma anomalia criminal, mas constituem, afinal, a única hipótese do português comum (quantas vezes perdido entre opiniões e contra-opiniões, ataques e acusações recíprocas num oceano de suspeições) poder visualizar, directamente, documentos irrefutáveis (e inqualificáveis, já agora) acerca da aberrante miséria moral em que o futebol português está mergulhado!
Aí vemos o mais completo desrespeito pelo direito à dignidade de cada um, a vitória do compadrio e o tráfico de influências no seu melhor. A certeza da impunidade e o exuberante regozijo daí resultante.
Tudo isto, alto e bom som!
Que se não serve como prova judicial, serve pelo menos para percebermos, de uma vez por todas, a enorme corrupção que por aí grassa e, se calhar ainda mais grave, a enorme falta de dignidade e formação ética que aí prolifera.
Se não deixa de ser um mal, é pelo menos um mal que vem por bem!
Um escrever direito por linhas tortas! O que, convenhamos, a justiça portuguesa, nem isso tem conseguido!
Já que nem por linhas menos direitas, consegue deixar de escrever torto!
Aurélio Lopes
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