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Espaço de comunicação que se espera interactivo, este é um instrumento que permite estar próximo de amigos,presentes e futuros, cujas contingências da vida tornam distantes mas nem por isso menos merecedores de estimas e afectos.


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domingo, 26 de dezembro de 2010

Que Fazer com as Presidenciais?


Enquanto o país definha num triste miserabilismo e se prepara para os maus “presentes” que ao Ano Novo irremediavelmente trará, a campanha eleitoral para a Presidência da República arrasta penosamente o seu calendário perante o alheamento, quase total, de uma sociedade amorfa e desiludida.

A vitória anunciada de Cavaco (não por ter sido um grande Presidente da República mas por “ter sido” Presidente da República) contribui, ainda mais, para uma anestesia política que os órgãos de comunicação (mais por obrigação informativa) vão, esforçadamente, tentando promover.
A luta entre Cavaco Silva e Manuel Alegre é apenas formal e não corresponde, afinal, a uma verdadeira corrida ao cargo presidencial.
Corresponde sim, dir-se-á, a um conjugar de interesses que não têm necessariamente como objectivo a vitória eleitoral.

Para Alegre, é a oportunidade de marcar a agenda política durante meses e de, surgindo como referência, se apresentar como o candidato natural de uma esquerda (embora contrariadamente) unida; de que apenas o PCP (sempre cioso da sua individualidade), não participa.
Oportunidade, eventual, para marcar pontos e ocupar um espaço susceptível de ser potenciado daqui a cinco anos. Tirando partido de uma abrangência que, é um facto, mais ninguém possui entre os potenciais candidatos de esquerda.
A cereja no bolo é o apoio relutante do Partido Socialista, entalado entre apresentar um candidato próprio igualmente não vencedor e obtendo um resultado (face às actuais conjunturas e às deficientes disponibilidades) necessariamente irrisório ou engolir o sapo de apoiar Alegre que, afinal, é militante socialista, embora, de um ponto de vista socrático, pouco menos que insuportável.

Já para o Bloco de Esquerda, tudo se resume a surgir como tendo pela primeira vez uma palavra a dizer na escolha presidencial. Ter sido o motor de arranque de uma candidatura que representa a oposição de esquerda e obriga o PS a um papel secundário.
Um passo em frente no seu processo de afirmação.
Daí o seu especial empenho na mesma!

PS – Ah! E entretanto, está aí o Natal! Lembranças mercantilistas de um tempo em que ainda acreditávamos no Pai Natal. Nas renas voadoras e nos reis magos. Em estrelas guias, anjos trombeteiros e deuses nascidos em manjedouras ao badalar da meia-noite!
Em suma, em que ainda acreditávamos!

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