*********************************************************************************************************************************************************************

Espaço de comunicação que se espera interactivo, este é um instrumento que permite estar próximo de amigos,presentes e futuros, cujas contingências da vida tornam distantes mas nem por isso menos merecedores de estimas e afectos.


**********************************************************************************************************************************************************************


domingo, 26 de dezembro de 2010

Touradas em saldo

Neste país que, convenhamos, já conheceu melhores dias, a única medida económica positiva que conseguimos descortinar nos últimos tempos (em que temos sido sistematicamente bombardeados com previsões orçamentais de aumentos de impostos, encargos administrativos, subidas de preços e diminuições de salários e rendimentos), parece ter sido a organização, em Santarém, de uma mão cheia de espectáculos taurinos a um euro por cabeça!
Constituiu tal, com certeza, uma importante contribuição para manter os níveis de inflação em limites controláveis. Honra lhe seja feita!
Espera-se, agora, que a estratégia seguida possa vir a ser alargada a outros bens e serviços, nomeadamente aqueles de primeira necessidade, que a crescente pobreza nacional torna cada vez mais necessários e difíceis de obter.
Seja como for, num país em que a classe política que nos calhou em sorte, parece incapaz de nos tirar do buraco em que nos meteu, o facto de alguém ter conseguido pôr os agentes taurinos (que raio de nome) a actuar graciosamente (ou quase) é algo que não podemos, nem devemos, deixar passar em claro.
Lá dizia a UDP, nos saudosos anos do PREC: “os ricos que paguem a crise!”
Portanto, parafraseando o meu amigo Catrola, aficionado de quatro costados e admirador, confesso, do Presidente da Câmara:
Moita Flores a Presidente, já!

PSD (Post-Scriptum mais Desenvolvido) – É claro que houve logo quem criticasse tão meritória iniciativa, argumentando com os mais prementes e importantes problemas que se põem, hoje, à sociedade portuguesa.
Defendendo que, quando a questão nacional tem a ver com níveis de sobrevivência e de independência económica e com o crescimento descontrolado dos índices de pobreza, a razão de ser (ou não ser) da festa brava, constitui um assunto deslocado e insignificante! Irrisório, afinal!
Considerando que esta, se calhar, é sim uma daquelas alturas de “enterrar os mortos e tratar dos vivos”! Dos Homens, que não dos touros, é claro!
Capazes de dizer, sei lá, que esta acção acaba por servir para, precisamente, fazer esquecer males maiores (assim os males se esquecessem de nós) e para o pavonear marialvista de grupos sociais privilegiados, aqueles de quem as crises fogem como o diabo da cruz. De pessoas que, em tempo de vacas magras, se podem dar ao luxo de engordar bois, para os emagrecer depois em galináceas lutas, para povoléu ver e figurão aparecer!
Ou entender, ainda, que se já nem “pão” podemos dar ao povo, o vamos entretendo, entretanto, com doses extras de “circo!”
As coisas que se dizem!!

Sem comentários:

Enviar um comentário