Resolvi, num dia
pré-autárquico destes, dar uma volta pelo centro histórico de Santarém. A
triste desolação, onde se sucedem ruínas, degradação e portas fechadas enforma,
cada vez mais, tal espaço.
Como era previsível (e
tive oportunidade de atempadamente prevenir), o parqueamento do mesmo veio a constituir
a “machadada final” em hipóteses, ao tempo, já de si escassas, de impedir a completa
decadência.
Incluído na renovação paisagística
dos jardins scalabitanos (desenvolvida no consulado de Moita Flores) esta
parece ser, afinal, a situação menos conseguida.
Para lá das sempre discutíveis
opções paisagísticas, a escolha de materiais perecíveis em aplicações facilmente
degradáveis, teria sempre de criar um potencial de degeneração cujos encargos
para o município, seriam sempre significativos.
Aliás, a sua
degradação é já visível, e nalguns casos começa até a constituir um perigo para
os utentes, principalmente mais novos.
Também a inserção dos
elementos simbólicos do antigo jardim não foi, na verdade, muito feliz.
Mas, mais importante
ainda, o espaço não corresponde àquilo que se espera, afinal, de um jardim
(mais, ainda, se sediado naquele sitio): espaço agradável e aprazível que
atraia as pessoas e as faça desejar estar e permanecer.
Que não é,
manifestamente, o caso daquele.
E com a morte anunciada
do mesmo (já visível, hoje, na compreensível escassez da sua utilização) a cidade
histórica de Santarém é cada vez mais numa cidade fantasma.
Cidade dispersa: sem
centro vivo ou periferias dinâmicas.
Fruto de sucessivos
erros de planeamento e visões estratégicas assentes em interesses pessoais e
circunstanciais.
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