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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Os Empatas


Reflexões de travesseira de Passos Coelho na noite da decisão do Tribunal Constitucional

 
Arre porra, que é demais!

(esclareça-se que estas são reflexões interiores, daí os eventuais excessos pictóricos de linguagem)

Submete-se uma pessoa estoicamente a um processo eleitoral, serve o povo em condições austeras e draconianas, é alvo de injustas incompreensões e inconstantes marés presidenciais e está, ainda, sujeito a fiscalizações judiciais e parlamentares e, ignomínia das ignomínias, bloqueios constitucionais.

Não se pode ser padre nesta freguesia!

O que é que terá dado aos acéfalos dos juízes, para se lembrarem de respeitar a constituição?!

Logo numa altura destas. Que falta de senso!

E depois querem que o Governo os livre do buraco onde “os outros” os meteram.

Que raio, custava muito um pouco de mobilidade… perdão, de flexibilidade!

Não bastava já a oposição?

A externa e… a interna?

(Nesta altura, o crescente desagrado vai-se toldando-se por uma teimosa sonolência e o cérebro do P. M. dá mostra de alguma confusão o que, face às circunstâncias, é perfeitamente compreensível)

E porque diabo é que tem de haver Constituição?

Para defender as pessoas, é?

De quem? Não se importam de me dizer?

E, afinal, porque é que as pessoas têm de se defendidas?

Não seria melhor (como clara e atempadamente defendi) terem emigrado?

Irra, que são broncos!

(A indignação, domina agora, definitivamente, tão esclarecidas meditações. O efeito do alvarinho bebido (para esquecer) no Tavares Rico, contribui para uma amarga euforia pouco controlável)

E porque raio precisamos de tantos juízes?

E professores? E funcionários públicos?

E pensionistas? E idosos?

E trabalhadores, já agora? Sim! E trabalhadores?

Não se pode, mesmo, exterminá-los?

Aliás, cada vez estou mais convencido que o maior problema de Portugal é estar infestado de portugueses!

Que praga!

 

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