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domingo, 26 de dezembro de 2010

A Transmutação da NATO

A recente reunião da NATO, em Lisboa, consagra e formaliza a transformação de um organismo internacional e regional de defesa, numa organização mundial (global, dir-se-á agora) de… ataque!
É claro que sempre se pode dizer que qualquer situação ou acção verificadas nas antípodas do mundo põem em causa a segurança ocidental, justificando, assim, uma intervenção correctiva. E como a melhor defesa é o ataque!
Eis assim, como que por milagre, um organismo surgido da “guerra fria” (hoje anacrónica) se reformula em contextos actuais e globais de poder onde persiste uma grande potência (dando mostras de algum declínio), provavelmente como entre-acto de uma futura e bem diferenciada configuração estratégica que se esboça e anuncia.

Neste “intermezo”, os devaneios do impagável “G.I. Joe” Busch continuam, ainda, a cobrar consequências previstas e imprevistas. E a perpetuação da guerra no Iraque e no Afeganistão, ameaça esgotar recursos materiais e anímicos de uma América mais vulnerável que décadas atrás.
À necessidade premente de abandonar tais palcos bélicos, apõe-se a necessidade de não sair sem garantir aí, pelo menos, um simulacro mínimo de sustentabilidade.
Isto é, um país minimamente estável com um governo minimamente perdurável.

Algo que se não permite cantar vitória, não crie, pelo menos, a imagem de uma “saída de rabo entre as pernas”.
Mas, para isso, é necessário mais uma vez reforçar as forças militares de ocupação. E, para isso, é preciso mais envolvimento, mais recursos, mais soldados, mais custos.
Que alguém tem de pagar!

Esta transformação da NATO, não só legitima, assim, as futuras intervenções norte-americanas, um pouco por todo o mundo, como reparte de forma mais alargada os respectivos custos daí decorrentes.
Partilhados assim, inclusive, por países que, sendo ocidentais, não têm nos últimos anos mostrado muita vontade de alinhar no aventureirismo ianque.


PS - A recente declaração de Moita Flores, “aceito pegar num grande desafio como Cascais, Oeiras ou Almada”, feita ainda antes do meio do mandato e disponibilizando-se para, a curto prazo, mudar de armas e bagagens para outras paragens, não foi particularmente feliz.
Mesmo desconhecendo em pormenor o contexto em que foi produzida, dela resulta a imagem de uma ligação a Santarém não só transitória, como ocasional.
Uma etapa menor de um percurso autárquico pessoal!

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