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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Crónica de uma canonização anunciada


 
 Corria o ano de 2005 e João Paulo II, após uma dramática luta com doença degenerativa, falecia a 2 de Abril.

Em artigo na altura publicado no Correio do Ribatejo dizia, a propósito, que a sua morte prefigurava um processo previsível, rápido e inevitável, de canonização.

Mais concretamente, dizia que a sua imagem de papa sofredor o faria ascender rapidamente “ao panteão cristão. Bem mais cedo, provavelmente, que os malogrados pastorinhos de Fátima”, prisioneiros da sua insuficiência intercessora e encalhados, perpetuamente, na fase de beatos.

Quatros anos mais tarde (em 2009) no livro “Vidente e Confidentes: um Estudo sobre as Aparições de Fátima”, a propósito do assim chamado “Terceiro Segredo”, seu esperado carácter catastrófico e sua dececionante revelação, tive oportunidade de tecer as seguintes considerações:

O esperado apocalíptismo não se concretizou, transmutando-se num frustrado episódio de pontificídio. João Paulo II, o papa mártir, em processo anunciado de canonização, já na altura (Maio de 2000) previsível, não hesitou em revelar o dito, relacionando-o com o atentado que sofrera em 1981 na Praça de São Pedro”.

Sabe-se, agora, que o referido pontífice (beatificado em 2011) vai ser canonizado no próximo mês de Outubro! Oito anos, apenas, após a sua morte!

Comprova-se, assim, que tal personagem estava, desde muito cedo, destinado à santificação.

Ora, como não sou suposto possuir dons proféticos ou de premonição, a razão tinha de estar, já, a vista! Para quem a soubesse ver, bem entendido.

Afinal, foi este o Papa que abriu a Igreja ao mundo!

Não em termos ideológicos! Mas social e politicamente!

Um Papa que, oriundo do Leste, carregava com ele o fascínio do perseguido!

Um Papa que transformou o resignado sofrimento, tão caro à Igreja, numa imagem de marca!

Um mártir moderno! Numa altura em que a Igreja tem de lutar contra competidores cada vez mais ativos e dinâmicos.

Em que acusações de vício e corrupção ameaçam, fortemente, a sua reputação.

Enfim! O homem certo, com o certo e estoico padecimento, na altura certa.

 

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