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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O edifício misógino


 
Depois de ter reconhecido um “lobby gay” no Vaticano, o Papa Francisco surpreendeu tudo e todos ao assumir, agora, como natural, a inclinação sexual dos padres gays e dessa maneira (e por maioria de razões) dos gays não padres.

Um enorme passo em frente na milenar hipocrisia canónica. Com o qual, contudo, muitos cristãos discordam.

Até, porque está aqui implícita, a tolerante compreensão para com aqueles que tendo tendências homossexuais as exercem ou manifestam.

Afinal, muito deles vivem em universos predominantemente masculinos; às vezes quase exclusivamente.

E também porque, tal tolerância, levanta algumas interrogações no seio da Igreja. Interrogações merecedoras de reflexão.

Tolerância que traz à baila as questão da castidade e do celibato.

Ou será que se compreende a homossexualidade e espera-se que os homossexuais, em ambientes propícios, manifestem absoluta e completa contenção?

Ou são só os heterossexuais que têm de ser castos?!

Ou admitem-se as relações homossexuais masculinas e não as heterossexuais?

Ou é tudo apenas uma questão de celibato?

Admitindo-se as reações sexuais, desde que os sacerdotes não se casem?

Dito de outra maneira, o problema continua a ser a abominável mulher que o cristianismo recebeu de uma pastoril herança semita?

Fonte de pecado e tentação!

Criada para assistir e servir o homem.

De quem, ainda em 1930, Pio XI dizia: “o casamento (…) implica o primado do marido sobre as mulheres e os filhos e a submissão solícita da mulher, assim como a sua obediência espontânea6”.

Fazendo, assim, o estigma transitar do “abominável pecado da carne” e concentrar-se, ainda mais, na misógina subvalorização da mulher.

Que persiste há dois milénios!

Suportada hoje, afinal, pela inércia da tradição e milenar conservadorismo.

E, se quisermos, por bizarros interesses corporativos de género.

 

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