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sábado, 26 de junho de 2010

Morreu José Saramago


Morreu José Saramago!
Personagem controversa, constituía, contudo, a mais importante figura da actual literatura de língua portuguesa.

Figura que, para uns, era um mal disposto crónico, plasmado das certezas que o marxismo induz. Para outros, uma pessoa de ideias próprias, sem paciência para um mundo onde domina a lógica de rebanho e a ilusão do faz de conta.
Para uns, alguém que desmistificando mitos ancestrais, não receou enfrentar a toda-poderosa hierarquia católica. Para outros, alguém que se serviu de uma imagem conveniente de “anti-cristo” para potenciar, ainda mais, a promoção das suas obras.

A sua morte lançou mais uma vez a polémica!
Para alguns, o Estado não soube separar diferentes (mas naturais) visões do Mundo, do facto incontroverso de se tratar de um dos poucos portugueses de dimensão mundial. “Anti-fachista” e personalidade de inegável sentido de justiça social.
Outros, argumentam com a sua perspectiva totalitária e com o facto de “não ser um democrata” e “defensor, inequívoco, da liberdade”.

Todos, naturalmente, absolutamente convictos da sua verdade! Sem perceber, aliás, a relatividade das coisas!
Afinal, a liberdade permite e fomenta a desigualdade e pode reduzir a justiça social a níveis, muitas vezes, incipientes.
Já a limitação da mesma (chamemos-lhe assim), embora possa impor níveis de justiça e equidade maiores, acarreta formas de imposição e coerção que tolhem e oprimem a autonomia individual.

O ideal seria viver numa sociedade, simultaneamente, mais justa e mais livre!
Enquanto isso não acontece, vamos defendendo sistemas políticos que impõem coercivamente a justiça social ou permitem, livremente, discriminações e desigualdades várias.

Sem que, em qualquer dos casos, nos possamos vangloriar dos mesmos constituírem um ideal simultaneamente sublime e realizável.
Pelo menos, inequivocamente sublime e inequivocamente realizável.


Aurélio Lopes

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