Arrefece
o tempo e aquece a campanha eleitoral para a Presidência da República.
Acrescem, portanto, os fluxos de opiniões, que as emoções, cada vez mais
intensas, proporcionam. Avultam, assim, as “faenas”: expressão meritocrática
das mais valias regionais, ora potenciadas.
“Faena da redundância”
para Cavaco e Silva na apresentação da sua candidatura em Santarém ao desfazer
o último tabu, revelando-nos, finalmente, que se veio a candidatar, vejam só,
“por imperativos de consciência!”
Como dizia um filósofo
popular que o tempo já esqueceu, porque será que a maior parte das nossas
estimáveis opiniões, ou são disparates, ou utopias, ou evidências ou,
simplesmente,... redundâncias?!
“Faena do exagero” para
Pedro Canavarro, mandatário distrital do dito, na mesma ocasião, quando
embalado pela euforia do momento considerou que a vinda do “professor” ao
Ribatejo em pré-campanha “era uma grande consideração pelo Distrito!”
Claro! Como aliás para os outros vinte distritos do país
onde o mesmo tem estado em pré-campanha! São um total de vinte e uma “grandes
considerações”, é o que é! E como o mesmo vai ainda, com certeza, estar
diversas vezes em cada distrito, ninguém nos livra de uma ou duas centenas de
“considerações!! Pelo menos!
Em suma, nunca fomos
tão considerados!
“Faena militante” para o
candidato Mário Soares que, não querendo deixar os seus créditos por mãos
alheias, surge na terra das mocas (Rio Maior) a arriar forte e feio em todos
aqueles que criticam a classe política. Dirá mesmo, a propósito: “a má imagem
da política é uma visão anti-democrática e reaccionária com que não posso
concordar”
E nós a julgar que antidemocráticos a reaccionários são
os comportamentos daqueles que geram a tal má imagem!
As coisas que a gente
aprende nas campanhas eleitorais!!
Mais disse Soares, numa
declaração que lhe garantiu mais um prémio; este da ambicionada ”Faena do
Óbvio”: “Não há profissão mais nobre quando exercida com ética e moralidade!”
Ora, ora, amigo
Soares, nós sabemos que também existem políticos honestos. Sabemos que os
políticos não são todos iguais. Pelo menos, têm as caras diferentes para os
podermos distinguir!
“Faena Ferroviária” para
Moita Flores, presidente da Câmara Municipal de Santarém onde sucedeu ao
conhecido “Átila de Suspensórios”. E se o mesmo inaugurou o seu mandato
zurzindo a torto e a direito o seu camarada Noras, Moita surge igualmente de
rompante e entre, outras ideias brilhantes, aparece a defender uma linha férrea
até Alcanede.
É assim mesmo! Conhecem-se os grandes homens nas grandes
ocasiões! Se os comboios dos outros não querem nada connosco, criamos os nossos
próprios comboios! Ora essa!
Agora só falta mesmo
um ascensor para a Ribeira, outro para Alfange e um metropolitano ligando a
zona histórica com o parque do Cnema.
Finalmente “faena do
paradoxo” para as associações de invisuais que vêm reivindicando a instalação
de equipamentos para invisuais nas estações do Entroncamento e Vila Franca de
Xira.
Pra quê, meus amigos,
para quê; poder-se-á perguntar? Afinal isso não lhes vai permitir ver passar os
comboios, única opção que cada vez mais nos resta, sejamos dotados de visão, ou não!
São as prendas senhores! Prendas que as figuras públicas de
um país prendado como o nosso, não podem deixar de nos presentear! E que
prendas!
Afinal, Natal é sempre
que um homem quiser e campanha eleitoral é sempre que haja, pelo menos, um
candidato a pré-candidato!
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